A proposta do diretor Bruno Vianna foi criar um longa-metragem, que fosse interativo com o público, portando um filme diferente a cada edição. O filme se chama “Ressaca”, a história é de um adolescente em meio as crises econômicas do fim da década de 80, início de 90, mas é só. Porque a cada exibição, o destino do garoto pode mudar.
A atração levou ao palco do Sesc Santos, aproximadamente 70 pessoas, que ao final puderam interagir com o diretor sobre a nova a maneira de fazer cinema, sem dúvida um experiência de cinema.
Confira uma breve entrevista com o cineasta carioca Bruno Vianna:
Como surgiu essa idéia?
Bruno: Eu tinha o roteiro do Ressaca, mas o final não fechava, então eu decidi que o roteiro deveria ficar em aberto. Eu estudei narrativas não lineares, já tinha feito um filme em duas versões, que foi o Cafuné e daí um procurei uma interface, e o projeto está aí.
Como funciona a interatividade?
Bruno: Eu monto o filme na hora, então cada dia tem uma história diferente, acompanho a percepção do público, se eles estão rindo, se estão sérios, as vezes eu choco, as vezes eu faço uma história mais tranquila, as vezes é tudo da minha cabeça. O interessante é que aproxima o diretor do público.
Como as cenas foram construídas?
Bruno: As cenas foram montadas individualmente. Eu tenho três horas e 20 minutos de material, pra fazer um longa de uma hora e 20 minutos, até mais de duas horas. Eu tenho um grande conteúdo justamente pra ter uma diversidade nas histórias, é claro que muitas das cenas não entram, até porque, algumas dizem a mesmas coisas de maneira diferente.
Como funciona o seu equipamento?
Bruno: São mais de 30 quilos de equipamento. Eu queria uma tela que fosse bonita para o público, então é uma tela de acrílico touch screen translúcida, para que o público acompanhe a montagem. Uma câmera capta as informações da tela por infravermelho, passa para um notebook, que transfere para o projetor. O Rodrigo Marçal, que faz a edição ao vivo da trilha sonora utiliza um programa específico.
O que está por vir?
Bruno: Nesse projeto, eu gostaria de que a platéia de comunicasse comigo, talvez por mensagem de texto, eu ainda não sei como vou fazer isso.
Qual foi a sua experiência aqui no CINEME-SE?
Bruno: A cada exibição é uma sensação nova, como eu tenho que estar presente em todas as exibições, e foram aproximadamente 20. Eu acompanho a reação do público e hoje (ontem) tinha muitos adolescentes, eu procurei fazer uma história focada no adolescente, foi bem legal.
Mais informações: Ressaca.
Um comentário:
O melhor é que o diretor disponibiliza online as cenas do filme para cada um montar o seu em casa (se tiver o software necessário, claro): http://www.archive.org/details/ressaca
Os curiosos podem também apenas assistir às cenas nesse endereço, procurando por rumos alternativos do enredo.
Abraços.
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