sexta-feira, 30 de maio de 2008

"O Tablado" o mundo do teatro na telona


O cinema é uma ferramenta poderosa capaz de fazer o espectador imergir em qualquer mundo, por mais diferente e distante que seja do seu.

Essa é a realidade em "O Tablado", documentário de Creuza Gravina sobre a companhia de teatro carioca coordenada por Maria Clara Machado, personagem de extrema importância na formação de muitos atores amadores e profissionais. O longa foi exibido na última quarta-feira, 28/05, no Cine Roxy e fez parte das atividades do CINEME-SE 2008.

A história do Tablado é contada através de 59 depoimentos de ex-alunos, de diferentes gerações, como Marieta Severo, Malu Mader, Bárbara Heliodora, Ernesto Piccolo, Cláudia Abreu e muitos outros, além dos professores do curso de teatro e de amigos que acompanharam o trabalho da escritora, como Gilberto Braga e Marcos Palmeira. Os depoimentos contam ainda com o auxílio de fotos de arquivo e trechos de peças interpretadas ou lidas pelos entrevistados, como "Pluft e O Cavalinho Azul".

O documentário, fruto de anos de pesquisa, é o primeiro filme de Creuza, que encontrou nas telas do cinema a melhor forma de homenagear a escritora e o teatro onde estudou por quase nove anos. "Eu comecei a fazer um documentário sobre a Maria Clara Machado, mas ela morreu em 2001, o que me fez parar o projeto por algum tempo", conta Creuza.

"O Tablado" demorou cinco anos para ser finalizado, contando cerca de 48 horas de material para ser editado e transformado num documentário de menos de duas horas. "Fiz questão de colocar todos os entrevistados, mesmo que em trechos curtos. Tinha muito material e muitos depoimentos tivemos que cortar, o que é uma pena", lamenta a diretora.

A carioca destacou a dificuldade de conseguir o testemunho de Zé, companheiro de longa data de Maria Clara que, muito fragilizado pela morte dela, mal conseguia falar. "Conseguimos aproveitar pouco do testemulho do Zé. Ele ficava muito emocionado só de pensar na Maria Clara."

Alguns dos depoimentos foram difíceis para serem gravados, pois os entrevistados se emocionavam demais. O testemunho de Ernesto Piccolo, por exemplo, teve que ser pausado e reiniciado várias vezes, porque o ator chorava ao se lembrar de seu trabalho em "O Cavalinho Azul".

O tema do Cineme-se 2008 é as cores do cinema, e em "O Tablado" pode-se perceber o uso não casual delas. "Nos depoimentos que os atores lembram de alguma história ou reencarnam personagens de muitos anos atrás, a imagem fica preto-e-branco. Nas outras situações, as cores voltam" explica Creuza.

"O Tablado" esteve no Festival do Rio e até na Holanda, além de vir à Santos para o Cineme-se. Agora, a carioca está em busca de uma distribuidora, já pensando em estrear o filme em circuito, mas ela não descarta exibi-lo na televisão. "Andei conversando com algumas emissoras educativas e acho que seria muito interessante que passasse na tevê, nem que fosse na rede fechada".

Creuza nasceu no Rio de Janeiro, em 1973. Formada em Comunicação Social e Informática, ela trabalha em consultoria e é atriz. Seu último trabalho artístico foi na peça "Dá Um Jeitinho Aí", sob direção de Ernesto Piccolo e texto de Rogério Blat.

Participantes - Após a exibição do longa, os espectadores puderam conhecer mais sobre a tragetória do filme e da diretora. Emocionada com a mensagem do filme, Mariza Coelho, pode demonstrar, ao lado da idelizadora do documentário, sua alegria de participar da exibição, principalmente, após ser sorteada e ganhar uma camisa do festival.


Texto Ricardo Prado e Fotos divulgação Vontade de Ver


Creuza Cravinho e a premiada da sessão, Mariza Cichello

Nenhum comentário: